Profissões de risco - MEDIÇÕES DE RADIAÇÕES NO QUOTIDIANO


NOVAS PROFISSÕES DE ALTO RISCO ELECTROMAGNÉTICO


Haverá ainda profissões que não têm grandes riscos electromagnéticos?

- Duas profissões de elevada exposição prolongada a microondas artificiais são tão simplesmente a de dona-de-casa e a de empregada doméstica, que estão várias horas seguidas expostas aos telefones sem fio DECT e ao router de WiFi dentro de casa.
- Ser estudante igualmente acarreta uma dupla exposição contínua: WiFi em casa e na escola.
- Empregado de balcão, com permanente proximidade com routers de internet e telefones sem fios DECT.
- Mas ser bebé, não é menos perigoso. Os comunicadores de bebé usam actualmente a tecnologia DECT digital por impulsos, e têm potencias máximas semelhantes aos telefones e WiFi.
- No HOSPITAL – público ou privado – pacientes, funcionários e visitantes estão todos expostos aos transmissores de WiFi instalados ao longo dos corredores.
- ser motorista de autocarro envolve elevadíssima exposição a WiFi devido ao aparelho de conexão (router) se situar na frente do autocarro. Os passageiros são também todos expostos involuntariamente. Revisores da CP andam todo o dia com máquinas de revisão dos passes e bilhetes 'Lisboa Viva' com ligações sem fio expondo-se a eles e aos passageiros.
- Ser vizinho acarreta exposição involuntária às tecnologias sem fios dos outros vizinhos, inclusive alarmes.

Hotspot humano para a 4ª geração de telemóveis
O cúmulo do desrespeito pela saúde humana vem nesta notícia sobre as ‘antenas humanas’: Sem-abrigo transformados em Hotspots 4G por uma agência publicitária Nova-Iorquina. Não há palavras! Isto vem alimentar a actual sede de conectividade que está a viciar este mundo numa exposição insana a radiação. Eles usam os MiFi – são routers compactos portáteis que actuam como hotspots WiFi quando ligados a um telemóvel. Há telemóveis que se podem tornar em hotspots como o iPhone 4 e outros que corram em Android 2.2 ou superior.

Enquanto por cá se ignora o princípio da precaução, noutros lados há boas noticias:
- o Parlamento Israelita votou este Março de 2012 uma lei que obriga todos os novos telemóveis a portarem a mensagem «Atenção – o Ministério da Saúde adverte contra a utilização intensiva deste dispositivo que poderá aumentar o risco de cancro, sobretudo nas crianças». E mais: a publicidade visando crianças será considerada uma infracção criminal. (israelvalley-la-knesset).
- Em Navarra (Espanha) recentemente retiraram o Wifi dos autocarros (asanacem.blogspot.com).

Nesta página pretendo explicar as dificuldades em interpretar as medições de microondas e exemplificar medições de exposição em lugares públicos e privados, de modo a perceberem como reduzir a exposição.
O Relatório Nº 22/2001 da Agencia Europeia do Ambiente ilustra como apenas tardiamente se aprenderam as lições dadas pelos alertas precoces sobre cada novo perigo emergente (o benzeno, o amianto, PCBs, os halocarbonetos, o chumbo na gasolina, os TBTs, a doenças das vacas loucas, etc). «Existem numerosos exemplos no passado em que se falhou na adopção do princípio da precaução  e que resultaram em danos graves e por vezes irreversíveis na saúde e no ambiente. Acções desenvolvidas agora de forma apropriada, precaucionária e proporcional para evitar possíveis e potenciais riscos à saúde resultantes dos campos electromagnéticos serão vistas como prudentes e sábias quando vistas de uma perspectiva futura», afirmou em 2007 o Professor Jacqueline McGlade, Director da Agencia Europeia do Ambiente.


A DIFERENÇA ENTRE MEDIÇÃO EM MÉDIA E EM PICO


Nas telecomunicações analógicas, em que se usavam simples ondas sinusoidais, a diferença entre medição da radiação em média e em pico (ou o máximo da energia emitida) não era muito significativa.
Nas tecnologias digitais a diferença entre média e pico pode ser muito grande, em particular nas tecnologias que usam impulsos.
As tecnologias digitais transmitem as microondas em impulsos o que faz com que a média de energia transmitida seja baixa. Isto dá a falsa noção de que terá reduzidos efeitos biológicos porque está a ser emitida pouca energia. Mas é um engano - os picos de energia são elevados e têm fortes efeitos biológicos!
Não confundam a alta-frequência da energia das microondas usadas em telecomunicações – entre os 700 e 5000 megahertz (milhões de ciclos por segundo)-, com as oscilações da sua emissão que vou falar abaixo, que se repete em frequências mais baixas. A radiação emitida são sempre microondas, mas no tempo há uma alternância entre uma emissão de energia muito fraca e uma emissão muito forte – os picos. Isto é usado para transmitir dados fielmente. Esta alternância repete-se a frequências muito mais baixas que a frequência da energia em si. Exemplos:

- Os telefones sem fios (DECT) emitem impulsos a cada 10 milissegundos. Isto equivale a 100 impulsos num segundo. A frequência de modulação diz-se assim de 100 Hertz (100 ciclos por segundo).
- Os intercomunicadores de bebé vêm hoje rotulados com: ‘Áudio digital’ e ‘tecnologia DECT’ para uma ‘comunicação sem interferências’. Por exemplo, o ‘Chico’ ou o ‘Philips Avent’ têm um alcance de 300 metros!
- O WiFi emite 10 impulsos/segundo (10 Hz) principais. Entre cada intervalo destes de 100 milissegundos, existem numerosos impulsos intermédios. A medição do WiFi oscila muito, quer em pico quer em média.
Impulsos de 2 telefones DECT, medidos através de um tecto (provenientes do vizinho do andar de cima - apresentam intensidades diferentes devido a distancias diferentes)
Impulsos de um router Zon, medidos através de uma parede. Tem impulsos principais a 10 Hertz e numerosos impulsos secundários.
Exemplo de um telémóvel de 2ª Geração em chamada. Impulsos principais a cada 217 Hertz, agrupados em blocos.
- No GSM ou 2ª Geração os impulsos são de cerca de 218 Hertz (~ 4 milissegundos). Mas estes impulsos vêm em blocos que se repetem a cada centena de milissegundos.

Por estas características, é verdade quando vos dizem que estas tecnologias usam pouca energia, que esta energia não pode aquecer os tecidos … os tais efeitos térmicos não podem ocorrer (o telemóvel em chamada é excepção - devido à proximidade do corpo causa um pequeno aquecimento) – mas a média de energia de facto é baixa.
Mas a gravidade destas tecnologias surge em parte pela extrema oscilação energética do campo eléctrico que ocorre. As baixas frequências dos 10 Hertz são semelhantes à actividade eléctrica do cérebro. Por isso, tanta gente já teve perturbações de sono que desapareceram quando passaram a desligar o WiFi à noite. O padrão repetitivo de blocos da centena de milissegundos do GSM tem semelhanças com a cadência da actividade eléctrica do coração.

Segundo a experiência da Baubiologia, os limites para a radiação pulsada devem ser uma dezena de vezes inferiores aos limites para tecnologias não pulsadas (isto pela norma SBN 2003). Mas a posterior introdução da 3ª geração, que não é verdadeiramente pulsada, mas é ‘tipo-ruído’, mostrou que os electrosensíveis ainda eram mais afectados do que anteriormente.

Não tem sido fácil explicar porque uma quantidade de energia tão baixa pode ter efeitos biológicos. Muitos animais fabricam diversos cristais que usam para orientação vertical e navegação, como a calcita e a magnetite. Estes cristais podem ser excelentes absorventes de radiação (magnetite absorve fortemente as microondas) ou terem deformação em presença de campos electromagnéticos (efeito piezoeléctrico). Algumas destas propriedades são activamente exploradas na indústria electrónica, mas pouco conhecida a sua importância nos seres vivos.
A variabilidade da presença de magnetite nos humanos não é conhecida, e poderá contribuir parcialmente para a explicação da electrosensibilidade. Outra grande parte da explicação para a electrosensibilidade parece residir na nossa exposição a pesticidas, bolores, formaldeído, etc. (es-uk-newsletter Dezembro), daí já ter referido que existe uma forte associação entre electrosensibilidade e sensibilidade química múltipla. Em 80-90% dos casos a SQM precede a electrosensibilidade. E em 90% dos casos co-existem sensibilidades químicas e alimentares.


LIMITES PARA MICROONDAS EM MÉDIA E EM PICO – um puzzle para o leigo!


A Resolução 1815/2011 do Conselho da Europa apela a redução dos valores máximos interiores dos actuais 60 V/m para 0.2 V/m a médio prazo (0.6 V/m de imediato para não atrapalhar muito a vida dos operadores de telecomunicações).
Não é explicado como se efectua o cálculo deste valor. Se for como a actual medição que se reporta à medição da absorção de energia média pelo corpo (SAR ou ‘specific absorption rate’), este valor refere-se então mais à média do que ao pico. Isto corresponde a uma absorção de cerca de 100 microwatt por metro quadrado para os 0.2 V/m (ou 1000 µW/m2 para os 0.6 V/m ‘imediatos’).
De salientar que o Relatório Bioinitiative já recomendava em 2006 estes 0.6 V/m (1000 µW/m2) como máximo exterior — e nunca interior.
A Resolução 1815 é insuficiente para proteger adequadamente a saúde como veremos abaixo, mas já é um passo em frente. Tem outros aspectos importantes, como as campanhas de informação, a substituição pelo fio nas escolas, a protecção dos electrosensíveis, etc.

Em Salzburgo o limite actualmente em vigor para as antenas de telemóvel é de 10 µW/m2 no exterior, e interior de 1 µW/m2.
Ora em Portugal na rua a 50 m de uma antena TMN, como a do meu bairro, estamos expostos a valores que oscilam entre 500 e 1000 µW/m2 (2.2 V/m). E num terceiro andar estes valores alcançam atrás de uma janela 10000-50000 µW/m2.

Mas ao nível da rua estes valores também podem ser muito mais altos. Na foto está o exemplo da Escola Secundária da Madorna (Escola Fernando Lopes Graça). Aqui no recreio da Escola temos a exposição combinada de uma antena a 50 metros e de duas torres a 200 m, alcançando os valores máximos entre 10000-20000 µW/m2 (> 6.0 V/m).
Exemplo de radiação ao nível da rua. A conjugação de 3 antenas, algumas distantes de 200 m, origina elevados níveis de radiação.
Normalmente as pessoas receiam as antenas que estão em proximidade, mas antenas em torres podem ter potências mais elevadas que as localizadas em cima de prédios de habitação. Senão, as pessoas que residem debaixo teriam muito mais problemas em dormir...
Mas se trabalharem por debaixo de um conjunto de antenas, como no caso da zona de restauração (ex: ‘Comida ao Peso’) no 1º piso da parte nascente do CascaisShopping, a exposição oscila no tempo entre 2000 - 10000 µW/m2 (~ 5.0 V/m).
Antenas para controle de tráfego da CP instaladas em 2012 (Oeiras, linha de Cascais)
Em 2012 a CP colocou novas antenas digitais para controle de tráfego ao longo de algumas linhas: na rua estamos expostos entre 2000 - 3000 µW/m2 (~ 1.0 V/m). Neste link a REFER explica a utilidade do GSM-R (ou GSM para Railways) em teste na linha de Cascais (refer.pt).

A um metro de um router Zon a energia é emitida continuamente e oscila bruscamente entre as dezenas e as centenas dos µW/m2. E uma banda larga móvel emite também continuamente nas centenas de µW/m2 – depende da distância ou da dificuldade que tenha em se conectar com uma antena. São aparelhos que nunca se deve ter perto do corpo, muito menos usar dentro de um veículo metálico - a radiação é reflectida de volta!
A norma da SBN-2008 da Baubiologie recomenda a exposição inferior a 0.2-10 µW/m2, mas sempre medida em pico para estas telecomunicações digitais. Enquanto a norma anterior (SBN-2003) já recomendava valores inferiores a 0.1-5.0 para radiação pulsada, a norma actual explícita que devem ser considerados os valores em pico. Estes 10 µW/m2 correspondem valores inferiores a 0.06 V/m de campo eléctrico.
A norma da Baubiologia é actualmente recomendada pela Associação Médica Austríaca como referencia para avaliar a exposição dos pacientes e auxiliar assim no diagnóstico da electrosensibilidade.

Medidor de microondas - os electrosensíveis reagem acima de 0.05 V/m.
A extensa experiência do grupo Powerwatch também recomenda valores inferiores a 0.05 V/m. Claro que alguns electrosensíveis resistem mais que outros e apenas apresentam sintomas acima de 0.5 V/m, mas a maioria fica afectada entre 0.05 e 0.50 V/m.
O gráfico ilustra os valores de pico máximo registados com o Acoustimeter (desenvolvido pelo grupo Powerwatch) na proximidade de diferentes equipamentos. As exposições em casa são sempre mais fortes quando permanecemos na mesma sala que os aparelhos. Por exemplo um router de WiFi Zon atinge 3.0 volt/metro a um metro de distância, enquanto através de uma parede reduz para 0.3-0.6 V/m. Routers com tri-band podem ultrapassar este valor (> 4.0 V/m).
Exemplos de medições de telefones sem fio DECT, zonas com cobertura WiFi, e a rede móvel dentro do Metropolitano de Lisboa.


Em Hospitais valores da ordem dos 0.5 V/m podem encontrar-se agora em permanência nas áreas de internamento. Em numerosos outros locais públicos (Correios, Tribunais, Escolas, Universidades, Carris, Rede de Expressos, restaurantes, cafés, etc.) encontramos valores que excedem 0.5 V/m, colocando a maioria dos electrosensíveis em risco de agravamento dos sintomas.

No gráfico está o exemplo da Biblioteca Municipal de Oeiras: a exposição na sala de leitura varia entre 0.5 e 2.0 V/m. A exposição mais alta encontra-se junto a secretárias permanentes de funcionários que recebem assim a exposição mais elevada. Numa aula universitária (Faculdade de Ciências de Lisboa), o mesmo tipo de router e o mesmo tipo de exposição. Estando neste caso o router dentro da sala de aula, a exposição mais elevada ocorre no professor e nos alunos das primeiras  filas. Ambos os casos reveladores da falta de colocação em prática do princípio da precaução relativamente à localização dos routers!

A actual exposição contínua leva a que seja difícil a pessoa se aperceber o que lhe está a perturbar a saúde. Por exemplo um estudante sai de casa do banho de WiFi e vai para a escola receber outro banho de WiFi. Acham que há tempo suficiente para aliviar os sintomas entre a casa e a escola? Dificilmente!

Só com a mudança de rotina relativamente prolongada (férias, um dia no campo ou na praia) é que os sintomas aliviam. Mas atenção, que não apenas os hotéis, mas também a maioria dos parques de campismo já perderam a acessibilidade para os electrosensíveis devido às antenas de WiFi! E não escolham praias em que há antenas de telemóvel perto. É preciso aprender a reconhece-las bem.

Quanto aos DECT a sua gravidade pode variar muito em função do modelo/marca. Já encontrei DECT que mediam 0.4 V/m como outros que mediam 4.0 V/m. Recomendei anteriormente os modelos Siemens que tem a função ECO-DECT-Plus. Atenção que sem esta função os telefones da Gigaset podem alcançar os 4.0 V/m, 24/24 horas. Não se admirem se começarem a ficar com as toxinas bloqueadas na nuca, costas, dor de cabeça, etc, após uns meses/anos a dormir ao lado de DECT. Na realidade não são telefones para se usar em casa em substituição do telemóvel quando se quer falar com a família ou amigos por longos períodos de tempo. Os electrosensíveis severos não devem usar estes telefones se habitualmente precisam fazer conversas longas.

Com a ‘universalização’ do WiFi, para os electrosensíveis até as escolas e os hospitais se tornaram lugar de tortura e a evitar a todo o custo. Claramente os electrosensíveis pagam impostos para utilidades públicas de que já não podem usufruir.


ALTA TENSÃO – AS LINHAS ENTERRADAS


Tenho falado geralmente apenas do campo eléctrico da radiação electromagnética de baixa frequência. Mas existem situações de grande exposição a campos magnéticos fortes de baixa frequência. Vou relatar valores registados com o Pro Meter, desenvolvido pelo grupo Powerwatch.
Para referencia importa lembrar que exposições acima de 0.3 a 0.4 microTesla (µT) duplicam a probabilidade de ocorrer leucemia infantil (British Journal of Cancer (2000) 83:692-698). A partir de 2001 a IARC/OMS reconhecem esta associação com a leucemia infantil, classificando os campos electromagnéticos de baixas frequências como possivelmente cancerígenos (Monografias IARC-volume80.pdf). Acima de 0.2 µT durante a gestação triplica a probabilidade de nascer com asma. Campos fortes aumentam o risco de aborto nas grávidas. Acima de 0.25 µT perturbam a produção nocturna de melatonina.

O perigo mais óbvio é morar debaixo de uma linha de alta-tensão. Aqui já encontrei valores entre 0.40 e 0.65 µT. Até agora ainda não medi em situações de muito alta-tensão.
Importa saber que a placa de betão dos tectos apenas corta o campo eléctrico (ex: de 1000 volt/metro reduz para 5 V/m). Mas o campo magnético apenas diminui ligeiramente com a distancia (ao descerem do piso 1 para o piso 0, ex: de 0.65 µT para 0.55 µT).
Para blindar o campo magnético são precisas folhas de metal MU. Não servem os tecidos ou folhas de metal vulgares, usados para proteger das microondas. É caro e complicado blindar superfícies grandes. A empresa espanhola Radytec.es oferece algumas soluções de blindagem e de cancelamento para as linhas de alta-tensão.

Em zonas urbanas as linhas estão geralmente enterradas. No meu bairro a linha não corre no meio da estrada (como o esgoto), mas corre junto à fachada de alguns prédios - depende do lado da rua. No passeio podem encontrar valores acima de 0.65 µT. Valores mais altos podem encontrar na proximidade de caixas transformadoras.
Os compradores dos Rez-do-Chão foram informados que não deviam dormir nestas áreas da fachada? Ou o arquitecto planeou para não se fazerem quartos nas fachadas?

Outra localização importante a evitar para colocação de camas é a proximidade com o quadro eléctrico. Aqui os campos magnéticos são fortes. Transformadores eléctricos perto da cama também são de evitar (seja aplicados nas fichas eléctricas, ou ocultos como o caso dos rádios-despertadores).
Em alguns empregos de balcão por vezes também ocorre prolongada permanência com quadros eléctricos devido ao espaços exiguos disponiveis. Uma localização errada numa sociedade que não exerce o principio da precaução!

Quanto aos electrosensíveis há que evitar o metropolitano (ex. Lisboa): na aceleração os motores geram entre 2.0 – 4.0 microTesla. O comboio acelera mais lentamente, e gera entre 0.5 – 1.0 microTesla (ex: linha Cascais). Um dos sintomas num electrosensível será o cansaço.
Viajar de pé (e no meio da carruagem longe dos motores e das rodas) aumenta a distância com o motor e reduz a exposição.

Os protestos de ‘alguns’ cidadãos estão desde 2008 unificados no MOVIMENTO NACIONAL CONTRA AS LINHAS ALTA TENSÃO EM ZONAS HABITADAS.

O Governo já publicou a Lei nº 30/2010 de 2 de Setembro que visa regulamentar a exposição proveniente da alta tensão e muito alta tensão. Mas enquanto o governo não a regulamentar por Decreto-Lei, não passa de uma declaração de boas intenções.
E será que «no quadro das orientações da Organização Mundial de Saúde e das melhores práticas da União Europeia», irá reduzir o actual limite de 100 µT para inferior a 0.4 µT? (Relembro que o Painel de Seletun e a Baubiologia recomendam níveis abaixo de 0.1 µT).
O Governo está em incumprimento das suas boas intenções de:
«a) Procede, no prazo de dois anos, a contar da entrada em vigor da presente lei, ao levantamento de todas as localizações e situações existentes no País que violem os limites a que se refere o artigo 2.º (em 2012 ainda não foram definidos estes limites, muito menos começar o levantamento !!!);
b) Promove, no prazo de três anos, a contar da entrada em vigor da presente lei, a elaboração de um plano nacional para que todas as situações a que se reporta a alínea anterior sejam corrigidas dentro do prazo referido no n.º 1.» (o prazo é de 13 anos !).

A relação com a leucemia infantil foi estabelecida nos anos 1980. Três décadas depois ainda há loteamento debaixo de linhas de alta-tensão!
VALORES ACIMA DE 0.1 MICRO-TESLA SAO PERIGOSOS: NESTE APARTAMENTO EM CARCAVELOS ENCONTREI LEITURAS INTERIORES QUE ATINJIAM 0.9 µT. A PROMESSA DE ENTERRAR A LINHA VEM DESDE A CONSTRUÇÃO DO LOTEAMENTO EM 1989

Por exemplo, o número de pacientes saídos dos internamentos com diabetes como diagnóstico associado aumentou para o dobro em uma década.
A falta de implementação do princípio da precaução na exposição a riscos ambientais – sejam químicos ou de radiações - custa cada vez mais a saúde às pessoas e, chorudos impostos aos bolsos de todos os contribuintes para remediar a saúde que não foi protegida.

Deixo aqui para reflexão um excerto do relatório sobre a evolução da diabetes em Portugal. Será que é só a comida de plástico que explica todos este aumento da última década?
- A exposição a electricidade suja cresceu gradualmente com a vulgarização das lâmpadas económicas (e alguns televisores, etc).
- Os telefones DECT e WiFi tornaram-se quase universais nas casas de família, como nos ambientes de trabalho e escolares.
- O electrosmog explodiu com a introdução das antenas digitais da 2ª Geração em 1997 e da 3ª Geração em 2005.


COMENTÁRIO PÓSTUMO – MIGUEL PORTAS E A CAMPANHA ‘onecode4MCS4EHS’


Esta primavera 2012 a ASQUIFYDE está a promover a campanha «onecode4MCS4EHS» (http://www.asquifyde.es/pagina.aspx?pagina=116).
Para tal é necessário que os Eurodeputados apoiem por maioria a «declaração por escrito Nº 14/2012» (http://www.europarl.europa.eu/sidesSearch/search.do?type=WDECL&term=7&author=28409&language=PT&startValue=0 ).
Esta destina-se a que o Parlamento Europeu recomende aos Estados membros o reconhecimento da sensibilidade química múltipla (SQM) e da hipersensibilidade electromagnética (EHS) na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de Saúde Conexos (CEI).
A Organização Mundial de Saúde também foi abordada em 2011 para que reconheça estes síndromas, mas a revisão da classificação de doenças só será publicada em 2015 – demasiado tarde para os que já estão a sofrer e a ser ridicularizados devidos a estes síndromas.

Assim, a ASQUIFYDE solicitou a associações, pacientes, familiares, médicos, investigadores y cidadãos interessados que contactassem os partidos políticos e os Eurodeputados.
Eu fi-lo a 19/Março e curiosamente o único que imediatamente respondeu e se prontificou a assinar esta declaração foi Miguel Portas.
Apenas a 24 de Abril soube do problema de saúde deste Eurodeputado quando culminou no seu falecimento!
Sensação de «dejá vu»  - quando as pessoas estão bem de saúde não querem saber nada destes riscos novos para a saúde, como os campos electromagnéticos. Quem já não a tem, já reflecte mais um bocadinho sobre o que poderia ter feito para não se encontrar naquele estado...

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