DOENÇAS DA CIVILIZAÇÃO E ELECTROSMOG

Doenças da civilização – a ligação com factores ambientais


O aumento de muitas das denominadas ‘doenças da civilização moderna’ tem sido primordialmente associado com a mudança de estilo de vida que decorreu gradualmente durante o século XX. O aumento do stress com o ritmo agitado das cidades e a mudança de hábitos alimentares são uns exemplos típicos. A vulgarização do fast-food – caracterizado por dietas pobres em nutrientes essenciais para uma vida saudável (como fibras), mas ricas noutros nutrientes (certas gorduras) – têm sido relacionadas com obesidade, ‘mau’ colesterol elevado, doenças coronárias, etc. O consumo de alimentos refinados, pobres em minerais e vitaminas (por ex.), também não contribui para uma vida o mais saudável possível.
Mas a crescente incidência, por exemplo, de muitos cancros desde a Segunda Guerra Mundial confronta os cientistas sobre a sua origem. Nos países ocidentais o aumento e o envelhecimento da população, bem como o progresso na detecção de cancro não explicam totalmente a crescente incidência de cancro. Por outro lado, há evidencias de que o ambiente envolvente mudou à mesma escala do que o crescimento da incidência de cancro. A idade também não é o único factor a ter em conta – a incidência crescente de cancro observa-se em todas as faixas etárias, incluindo as crianças (Belpomme, D. et al., International Journal of Oncology (2007) 30, 1037-1049).
Taxas de incidência de cancro em diversos paises (1980-2000) (Journal of Oncology (2007) 30, 1037-1049)

Entre estes factores ambientais externos incluem-se agentes físicos, químicos e biológicos. Resumindo temos: microrganismos (como o vírus do papiloma humano e da Hepatite B), radiações (radioactividade, UV e campos electromagnéticos pulsados) e xenoquímicos. Dentre estes últimos, os de maior preocupação são: poluição atmosférica exterior por partículas associadas aos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos; poluição atmosférica interior por fumo do tabaco, formaldeído e compostos orgânicos voláteis; poluição alimentar por aditivos alimentares e contaminantes carcinogénicos (nitratos, pesticidas, dioxinas e outros organoclorados); metais e metalóides carcinogénicos (arsénio, chumbo, crómio e níquel); substâncias presentes em medicamentos farmacêuticos e cosméticos (quimioterapia, produtos hormonais, ftalatos, parabenos) (Belpomme, D. et al., Environmental Research (2007), 105, 414–429; de entre os autores deste artigo está Luc Montaguier, Prémio Nobel pela co-descoberta do vírus da sida. O Professor Belpomme é o presidente da ARTAC, associação francesa de pesquisa de terapêuticas anti-cancerosas).
O objectivo aqui é ilustrar apenas a importância do electrosmog, começando por uma perspectiva histórica desde a introdução da electricidade: será este um perigo recente derivado unicamente da explosão das telecomunicações móveis ou um perigo anterior ainda mal estudado e ignorado?

O exemplo da electrificação norte-americana

Alguns investigadores pensam que a progressiva electrificação das sociedades esteve relacionada com o aumento gradual das ‘doenças da civilização’. Destaco aqui o importante trabalho de investigação do epidemiologista Sam Milham, que chegou a esta conclusão ao relacionar a história da progressiva electrificação da sociedade norte-americana com diversas doenças. Na página dele podem encontrar as suas publicações e referencia ao livro que publicou intitulado: ‘Electricidade Suja: a electrificação e as doenças da civilização’.
Nos EUA, na década de 1920, cerca de metade das casas urbanas e das casas rurais não-agrícolas tinham serviço de energia eléctrica em comparação com 1,6% das casas agrícolas. Em 1940, 90% dos domicílios não-agrícolas tinha serviço de energia eléctrica em comparação com 35% das casas agrícolas. Demorou até 1956 para as casas agrícolas terem o mesmo percentual do serviço eléctrico (98%), como as casas não-agrícolas. As grandes distâncias e os custos levaram ao atraso da electrificação rural nos EUA, até a Lei da Electrificação Rural ter sido aprovada em 1935.
Nas figuras abaixo podem ver como a leucemia infantil evoluiu ao longo das décadas 20 a 60. De cerca de 2 crianças por cada 100,000 em todas as idades dos 0 aos 4 anos em 1920, para valores entre as 4-7 crianças por cada 100,000 nas idades dos 2 aos 4 anos em 1960 (S. Milham, E.M. Ossiander, Medical Hypotheses (2001) 56(3), 290–295).
Relacionando mais detalhadamente com a percentagem de electrificação das zonas entre 1928-1932, a leucemia tinha uma prevalência de cerca de 1 caso por cada 100,000 nas zonas com menor taxa de electrificação e, alcançava cerca de 3 casos por cada 100,000 nas zonas com taxa de electrificação superior a 87%.
Indicadores de saúde dos EUA adapatado de Medical Hypotheses (2001) 56(3), 290–295) e, Medical Hypotheses (2010) 74, 337–345.
 Outras doenças foram comparadas com a taxa de electrificação: cancro, diabetesataques de coração e até suicídio. Nas figuras abaixo Sam colocou na esquerda Estados com elevadas taxas de electrificação (entre 96 e 98%) e na direita com baixas taxas (entre 28 e 46%). Nos Estados com taxas elevadas a prevalência de doenças é elevada quer no meio rural quer no urbano. Nos outros Estados a prevalência destas doenças no meio urbano é nitidamente menor, e é ainda mais reduzida no meio rural (S. Milham, Medical Hypotheses (2010) 74, 337–345).

A ‘electricidade suja’

Sam estudou um aglomerado de cancros nos professores de uma escola: entre 16 professores dos 137 contratados entre 1988 e 2005 foram diagnosticados com 18 cancros. Os campos magnéticos de 60 Hertz (na Europa usamos 50 Hz) não apresentaram associação com a incidência de cancro. Usou então uma outra medida de exposição: as voltagens transientes de alta-frequência a que os professores estiveram expostos nas suas respectivas salas de aula. Foi usado um medidor de Graham/Stetzer (G/S). A ‘electricidade suja’ medida em unidades G/S apresentou uma associação positiva com a incidência de cancro. Um ano de emprego nesta escola aumentava o risco de cancro em 21%! Sam conclui assim que as voltagens transientes de alta frequência podem ser um carcinogéneo universal, semelhante à radiação ionizante (S. Milham e L. Lloyd Morgan, American Journal of Industrial Medicine (2008)).
A origem destas voltagens transientes de alta-frequência (na ordem dos Kilohertz) não surge na geração de electricidade, mas no seu uso. Os nossos próprios electrodomésticos de casa geram estas altas-frequências. As geradas nos vizinhos também se juntam na grelha eléctrica e circulam pelos fios que entram na nossa casa/escritório/escola/fábrica e estão escondidos nas paredes. A maioria das pessoas pensam que a electricidade é segura, porque está isolada em plástico, e longe do nosso alcance quando estes cabos se encontram enterrados fundo nas paredes. Mas apenas cabos blindados podem impedir a propagação do seu campo magnético. Podem encontrar explicações mais detalhas em: http://www.dirtyelectricity.ca/. O fabricante dos filtros Stetzer tem uma listagem de vários artigos relacionados com a electricidade suja, e com a tentativa de melhorar a saúde através do uso destes filtros: http://www.stetzerelectric.com/researchPaper/list.

A doutora Magda Havas tem também publicado alguma investigação em relação com a diabetes. A exposição a um ambiente poluído com estes transientes de alta frequência aumenta a glucose em diabéticos. Estudou também a eficácia dos filtros G/S para transientes, e encontrou melhoras em diabéticos quer do tipo 1 quer tipo 2.
Ela descreve ainda a diabetes do tipo 3, que é uma combinação entre diabetes e electrosensibilidade, como uma doença emergente. Assim, um paciente que tenha elevados níveis sanguíneos de açúcar é difícil saber se pertence verdadeiramente ao tipo 1 ou tipo 2, pois a medição efectuada num centro médico pode estar influenciada pelo equipamento electrónico e iluminação fluorescente que produzem electricidade suja (M. Havas, Electromagnetic Biology and Medicine (2008) 27, 135–146,).
No seu site ilustra alterações sanguíneas que surgem após exposição ao electrosmog. Sugere que a observação do tamanho, forma e aglutinação das células sanguíneas poderia ser um teste para a electrosensibilidade.

Para quem tem dificuldade em entender a electricidade suja, ligue um rádio numa banda do AM, por exemplo nos 500 KiloHertz. Passe lentamente o rádio por cima de uma lâmpada fluorescente compacta e ouça a interferência gradual no ruído de fundo  que esta faz no som do rádio. Mudem agora para a banda FM e repitam o mesmo movimento. Já não ouvem aquele ruído estridente assim que estão colados à lâmpada, pois não? É porque a lâmpada está a emitir forte radiação na banda dos KiloHertz mas não nos MegaHertz (FM). Vejam no gráfico abaixo e na Advertência da ArcaIberica mais detalhes sobre os perigos das lâmpadas CFL.

 Ondas de rádio FM – uma poluição bem anterior às antenas de telemóvel!

O Professor Olle Johanson e Örjan Hallberg, entre outros, têm investigado o efeito das ondas de rádio. Na página web deste último podem encontrar os diversos trabalhos de investigação sobre este tema (http://hir.nu/Publications.htm).
Uma das suas importantes observações foi a coincidência do aumento da incidência do cancro do pulmão e do melanoma com uma data particular: 1955. É por esta altura que começou a gradual generalização da exposição da população sueca às antenas de rádio de frequência modulada (FM), que veio a melhorar o anterior serviço fornecido pela amplitude modulada (AM) (Hallberg e Johansson, Arch Environ Health (2002); 57: 32-40; entre outros).
Número de indivíduos mortos por melanoma e cancro do pulmão na Suécia (Arch Environ Health (2002); 57: 32-40).
 Outros investigadores também observaram que a incidência de leucemia e melanoma da pele diminuía com a distância às torres de radiodifusão de FM e TV. Nem a Rádio Vaticano em Roma escapa da investigação relacionada com a incidência de leucemia na sua vizinhança (Michelozzi, P., et al., Am J Epidemiol (2002), 155, 1096-1103,). Um estudo pedido pelo Tribunal e realizado pelo Instituto do Cancro de Milão concluiu que as crianças que vivem a menos de 12 Km das 60 antenas localizadas em Cesano (20 Km a norte de Roma) tem maior probabilidade de morrer por leucemia ou linfoma (Rádio Vaticano e cancro). O caso está em tribunal, e os responsáveis da rádio estão sob julgamento por homicídio. Este caso começou em 2001: os moradores queixaram-se que a taxa de leucemia em Cesano era três vezes superior às taxas observadas nas regiões vizinhas. Depois da estupefacção inicial (esperavam que não se provasse nenhuma relação causal, como sucede tantas vezes), agora o Vaticano culpa o governo italiano por autorizar a construção de casas tão próximo do complexo das antenas, que foram de início colocadas intencionalmente numa área remota.
Mas porquê a banda do FM? De acordo com O. Gandhi, o corpo humano tem uma ressonância (Re) com as radiofrequências (RF) de acordo com a equação: Re = 11,400/RF. Para radiofrequências de 85-108 MHz, correspondem comprimentos de 105-135 cm, o que corresponde aos nossos braços, pernas ou tronco. Ora as frequências inferiores usadas anteriormente pela banda AM (inferior a 30 MHz) apenas poderiam ressonar com organismos gigantes (o comprimento de onda aumenta com a diminuição da frequência).
Incidência de cancro da mama (em cima) e melanoma (em baixo) e o uso de colção de molas (Pathophysiology 17 (2010) 161)


Mas Örjan Hallberg vai mais longe ainda. Quando ocorre a nossa exposição mais perigosa às ondas de rádio? Durante o sono, porque permanecemos umas 7 horas seguidas em cima de uma verdadeira antena devido às molas do colchão! Se repararem bem o cancro da mama tem menor incidência nos países asiáticos em que se dorme em futons, e tem maior incidência nos países ocidentais em que se dorme em camas de molas. Isso ajudaria a explicar um fenómeno curioso: o da lateralidade do cancro da mama. No Japão não é observável, mas é um facto inexplicável nos países ocidentais. Isto sucede porque há uma predominância de dormir preferencialmente mais tempo num dos lados do corpo do que do outro, sendo diferente a interacção lateral dominante com os CEM (Pathophysiology 17 (2010) 157–160; Pathophysiology 17 (2010) 161).
Lateralidade do cancro da mama na Suécia (Pathophysiology 17 (2010) 157–160).
Mas a questão não é apenas o comprimento de onda, mas a modulação da frequência. É esta modulação - as frequências pulsadas - usada nas actuais telecomunicações móveis da geração digital, a responsável pelos desastrosos efeitos na saúde que muitas pessoas sentem de imediato na presença destes campos, como os estalidos nos ouvidos, perturbações no coração, no sono, etc. Mas há outros efeitos como depressão, daí a ligação dos suicídios com a proximidade das antenas de telemóvel que já está a ser colocada em países como o Reino Unido (Suicides-linked-to-phone-masts).

Os telemóveis e o declínio dos indicadores de saúde

Mais recentemente Örjan Hallberg e Olle Johanson comentaram sobre a reversão dos indicadores de saúde na Suécia (Pathophysiology  (2009) 16, 43–46). Uma sociedade que estava aparentemente a ficar mais saudável, sofreu um aumento de diversos problemas de saúde que se torna notório a partir de 1997. É a partir desta altura que se introduz a comunicação móvel por GSM. Destaca-se o aumento dramático nos novos casos de cancro da próstata na faixa etária dos 50-59 anos no Condado de Estocolmo. Este número mantinha-se estável, em torno de 30 novos casos/ano desde 1970. Sofreu um aumento abrupto a partir de 1996, alcançando os 300 casos/ano em 2004 e 2005. O número de pessoas feridas gravemente em acidentes de trânsito em Estocolmo tinha melhorado significativamente desde 1985: de 650 casos/ano para 350 casos/ano em 1997. Mas depois de 1997 aumentou gradualmente, atingindo 1200 casos/ano em 2005.
Novos casos de cancro da próstata no Condado de Estocolmo (1960-2010) (Pathophysiology (2009) 16, 43-46)
 Mas ocorreu também aumento da mortalidade por Alzheimer desde 1998, do melanoma no rosto e de baixas por doença na Suécia em geral (aprofundado por Hallberg, O., Current Alzheimer Research (2009) 6, 471-475). As alergias também têm vindo a disparar. Estes dois investigadores ainda não publicaram a relação das alergias com o electrosmog, mas segundo me referiu pessoalmente o Dr. Johanson, afectam hoje um terço da população, e 50% das crianças suecas.

Um estudo muito recente efectuado pelo Kaiser Foundation Research Institute (Arch Pediatr Adolesc Med, in press) encontrou um aumento linear estatisticamente significativo entre a exposição durante a gravidez a campos magnéticos e o aumento do risco de asma na descendência. As crianças cujas mães tiveram uma exposição média superior a 2.0 milliGauss tinham um risco 3.5 vezes superior de apresentarem asma.
Os cancros das glândulas salivares são raros. A incidência destes cancros foi estudada em Israel, entre 1976 e 2006. Dentre as glândulas sublinguais, submandibulares e parótidas, apenas entre as parótidas se observa uma nítida tendência crescente para o aumento da incidência de cancro, de quatro vezes entre 1976 a 2006: de 16/100,000 para 64/100,000 (Czerninski et al., Epidemiology (2011) 22, 1). A parótida é a glândula que se encontra mais próxima da exposição à radiação do telemóvel. Será por isso que as autoridades israelitas estão atentas à entrada da 4ª geração dos telemóveis? Vejam a notícia no Jerusalem Post.
Evolução dos cancros de glândulas salivares em Israel (Epidemiology (2011) 22, 1).
 Mas há populações que têm menos incidência de cancro. Um exemplo é o dos Amish norte-americanos do Ohio, que tem uma incidência de 60% inferior à restante população do Estado do Ohio (taxas de cancro nos Amish). Os investigadores concluíram que esta menor incidência poderá estar relacionada com diferenças do estilo de vida: por exemplo o uso de tabaco e álcool é muito reduzido.
Mas será que é só isso? Os Amish praticamente não usam electricidade e deslocam-se de carroça! Não quero aqui afirmar que a menor exposição a campos electromagnéticos explica toda esta diferença. E então os produtos químicos voláteis que libertam os nossos actuais móveis descartáveis feitos de aglomerado (como o formaldeido), por exemplo? Já não fabricamos móveis como dantes, não é! Mas pequenas comunidades tradicionais ainda podem manter hábitos mais ancestrais, conservando assim estilos de vida mais saudáveis.
Desde pequenos que estamos expostos a radiações electromagnéticas e agentes químicos originados pelo Homem. Podem ver aqui um estudo da qualidade do ar nas Escolas Primárias de Lisboa. A qualidade do ar é bem pior no interior das escolas do que no exterior, especialmente no Inverno quando existe menor ventilação! Infelizmente a presença de radiações raramente é contemplada neste tipo de avaliações ambientais, ou se for analisada pelos actuais limites de exposição de nada serve!

A evolução galopante das ‘desordens do espectro do autismo’

Há cerca de três décadas atrás o autismo era uma doença que, por exemplo, nos EUA afectava menos de 1 criança em duas mil. Passou actualmente para cerca de uma criança em cem (autismspeaks). Uma explicação possível é a classificação sob a mesma designação de ‘desordens do espectro do autismo’ (ASD) de formas menos graves deste síndroma. Mas é difícil acreditar que apenas modificações no diagnóstico explicam todo este aumento.
 Começa a haver uma gradual viragem da investigação exclusivamente relacionada com a genética, para uma causalidade ambiental.
Uma resposta possível é a administração da vacina da hepatite B que contem 25 microgramas de timerosal, sendo este preservante à base de mercúrio. Além de absorverem este e outros tóxicos depois de nasceram, os bebés já receberam anteriormente do corpo da mãe os metais injectados nas vacinas que a mãe recebeu, e o mercúrio das amálgamas nos dentes da mãe (Mutter et al., Neuroendocrinol Lett (2005); 26(5):439–446).
Porquê o mercúrio em particular? Porque este afecta o sistema nervoso central. A gradual sobrecarga dos organismos com toxinas (já vimos atrás que algumas delas são perigosos cancerígenos) pode dificultar a eliminação desta sobrecarga a que estamos expostos levando à sua gradual acumulação (klinghardtacademy.com; thimerosal and mercury).
É então necessário eliminar o mercúrio. As crianças autistas têm mais dificuldade em eliminar os metais. A terapia de quelação tem sido usada para eliminar o excesso de metais tóxicos. Mas nem sempre resulta, depende da idade da criança e da presença de campos electromagnéticos. Na página da emfsolutions.ca podem encontrar testemunhos de pessoas cujos filhos melhoraram ao tratar a electricidade suja em casa com filtros Stetzer.
Afinal se este aumento do autismo é ambiental e não genético então tem solução! Mas infelizmente a ganância das companhias farmacêuticas em lucrar parece não ter limites! Desde que nascemos somos um potencial cliente, que deve ser protegido à força de múltiplas doenças. Mas as vacinas possuem diversos compostos tóxicos destinados a atordoar os microrganismos que nos são injectados e outros ingredientes problemáticos: alumínio, mercúrio, formaldeido, células animais, detergentes (Dr. Tenpenny ). Ora a presença de metais no corpo, favorece a electrosensibilidade.
Várias pessoas têm estado a opor-se a esta vacinação obrigatória em massa (vaccines_philosophical_exemptions; vaccinerights). Um dos principais argumentos é o de que as vacinas acarretam um risco de dano permanente ou até de morte. Além disso não há dados precisos sobre os riscos-benefícios da vacinação. Uma reflexão importante a fazer, é a de que se as vacinas realmente funcionam, então não é válida a argumentação de que as pessoas não vacinadas colocam as restantes em perigo. As que desejam vacinar-se voluntariamente estão protegidas, não é assim? As não-vacinadas não podem constituir perigo para elas. Mas este raciocínio estraga o lucro previsto com a vacinação, e viola a nossa liberdade!

Testemunhos de electrosensíveis

Os electrosensíveis são a ‘ponta do iceberg’ dos males que o electrosmog nos pode causar, um reflexo da rotura dos organismos quando expostos a tantas agressões ambientais que existem hoje em dia.
À semelhança dos autistas, os electrosensíveis também podem melhorar se desintoxicarem o corpo. Não são apenas os produtos químicos no ar interior que se deve reduzir. Também é preciso tomar atenção às intolerâncias alimentares: como referi na página de início melhorei desde que eliminei o glúten da alimentação.
Durante o 2010, e principalmente a partir de 2011, tenho vindo a modificar a alimentação para incluir mais alimentos crus. Esta prática alimentar designa-se de crudívorismo, uma forma de vegetarianismo particular. São várias as vantagens desta ‘alimentação viva’, para mim o principal foi evitar a leucocitose digestiva.
Sempre que ingerimos alimentos cozinhados, produz-se um fenómeno que se designa cientificamente por leucocitose digestiva. Ao detectar a presença de substâncias alheias à fisiologia humana, o sistema imunológico julga-se invadido e liberta os leucócitos (glóbulos brancos) para as combater, agindo como se estivéssemos no meio de uma epidemia (uma vez que esta prática errada ocorre em todas as refeições). O electrosmog provoca-me exactamente uma reacção alérgica. Assim, todo o tipo de reacções imunológicas que puder evitar ajuda-me.
É para tentar atenuar este inconveniente que os dietistas aconselham o consumo de saladas em todas as refeições, pretendendo enganar desta forma as nossas defesas naturais. Atenção que para isso, as saladas cruas devem ser consumidas antes dos restantes alimentos cozinhados! Não só por evitar a leucocitose, mas também por os alimentos conservarem as enzimas, não se tem a sensação de ‘digestão pesada’.
Podem encontrar outras recomendações no site do Dr. António Marcos, o actual Presidente do Instituto Português de Naturologia, ele também um especialista da Dieta do Grupo Sanguíneo de que  já falei anteriormente (www.drmarcos.net: telemoveis-e-cancro). Resumindo:
«- manter uma boa regulação probiótica do intestino ( na verdade uma boa barreira intestinal diminui os sintomas de electrosensibilidade);
- fazer desintoxicações periódicas ao organismo (com efeito, além das crescentes toxinas ambientais, os milhões de microorganismos que habitam o seu organismo respondem aos campos electromagnéticos (CEM) gerando elevados níveis das suas próprias toxinas);
- tomar cuidado com a presença de bolores (em ambientes ricos em CEM o bolor produz mais neurotoxinas);
- tomar diariamente alimentos naturais frescos e ricos em antioxidantes (frutos do bosque, com destaque para o Goji tibetano)».

Tenho tentado apontar algumas soluções para viver num ambiente electromagneticamente poluído. Mas muitos electrosensíveis têm vindo simplesmente a abandonar os ambientes fortemente contaminados pelos CEM. Na Suécia encontram-se muitos exemplos extremos de pessoas que já mudaram diversas vezes de casa e se viram forçadas a viverem em condições muito pouco confortáveis. Quando encontraram um sítio em que tinham menor sofrimento apareceu um vizinho a usar WiFi, depois veio a 3ª geração, depois vieram os contadores inteligentes de electricidade... Estórias como estas podem encontrar num livro electrónico: ‘Forçados a desconectarem-se’ (Forced to Disconnect - Electrohypersensitive fugitives). A autora discute também como a aplicação da Declaração dos Direitos do Homem é bonita na teoria, mas na prática estas pessoas sofrem muita rejeição, mesmo por parte de familiares. Os electrosensíveis são um grande incómodo na sociedade. Podem levar as pessoas a questionarem sobre a segurança de muitos aparelhos a que estamos tão acomodados e que ingenuamente se acredita serem seguros para a saúde.
Mas infelizmente, pessoas electrosensíveis já existem pelo mundo fora. Deixo a seguir uma entrevista de uma jovem francesa.

O testemunho de Anne-Laure

 Diagnosticada electro-hipersensível, Anne-Laure, 23 anos, sofre de problemas ligados à exposição aos campos electromagnéticos, nomeadamente à telefonia móvel. À frente da coordenação de ‘Antenas 66’, a jovem milita contra os incómodos das comunicações sem fio.

Tu és electro-hipersensível, o que é que isso significa ?
Contrariamente à maioria da população, eu pressinto todas as ondas electromagnéticas emitidas pelas novas tecnologias. A exposição a estas ondas provoca em mim violentas dores de cabeça, queimaduras no crânio, a tal ponto que por vezes jogo baldes de água fria sobre a cabeça. E também dores nas costas, caimbras e mesmo náuseas, vertigens e tremuras.

Sintomas muito incapacitantes, não é ?
Sim, estas dores cansam o meu corpo, e criam uma fadiga crónica com baixas de tensão e problemas de concentração. Só tenho algumas pausas durante o dia. Tive de interromper os meus estudos e além disso não posso trabalhar. Aos 24 anos, não tenho direito a uma vida normal.

Qual é o impacto na sua vida quotidiana ?
A minha vida retrocedeu consideravelmente. Não posso mais ir à Faculdade porque tem WiFi e telemóveis por todo o lado. Também me é impossível ir aonde estão muitas pessoas. Já não conduzo mais desde que tive uma crise tetânica ao volante, quando estava entalada num engarrafamento entre dois condutores que usavam os seus telemóveis.

Como é que descobriu a sua electrosensibilidade ?
Foi no final de 2004, era estudante em Toulouse. Vivia toda a semana no Campus a menos de 150 metros da primeira antena 3G. Tinha dores de cabeça, problemas de memória, de sono, e quando regressava a Perpignan à casa dos meus pais, tudo ficava bem. Isto durou dois meses antes que eu compreendesse o que se passava. Desde aí, a doença não parou de se desenvolver.

Existem maneiras de se proteger das ondas?
Existem tecidos especiais que coloco sobre a cabeça, são malhas finas compostas de fibras metálicas. No nosso apartamento de Saint-Assiscle, empreendemos obras de blindagem com tintas especiais e tecidos. São trabalhos que custam caro mas indispensáveis.

Estas obras são reembolsadas pela Segurança Social ?
Não, porque a doença ainda não é reconhecida. Na Suécia ou na Alemanha, por exemplo, as obras de blindagem são reembolsadas. Em França, não foi senão depois da Grenelle de l'Environnement que a ministra reconheceu o sofrimento dos electrohipersensíveis. Mas depois, mais nada!

Alexandra Girard, L’Independant  //  Fonte: http://antennes31.over-blog.com/categorie-10886158.html


REFLEXÃO

Deixo aqui para reflexão o cabeçalho da página introdutória da Liga Portuguesa Contra o Cancro (http://www.ligacontracancro.pt/). Depois de lerem este pequeno resumo, acham que estão realmente bem informados sobre quais são os ambientes que podem causar cancro?

O mais recente painel de especialistas reuniu-se no final de 2009 em Seletun, Noruega (Reviews on Environmental Health (2010) 25 (4)). Entre eles contam-se especialistas que produziram o Relatório Bioinitiative. Alertam mais uma vez que as populações não estão suficientemente protegidas das radiações electromagnéticas e que não é do interesse público que se aguarde mais tempo para estabelecer novos limites de exposição.
Resumo aqui algumas das recomendações do Painel de Seletun:
  • Para CEM de muito baixa frequência uma exposição de 0.1 micro Tesla (ou 1 milli Gauss), a adoptar em novas redes de distribuição eléctrica ou em actualizações das pré-existentes, edifícios novos e produtos eléctricos novos.
  • Todos os aparelhos electrónicos novos devem vir equipados com filtros para bloquearem o retorno das voltagens transientes de alta-frequência para a grelha eléctrica.
  • Para CEM de Radiofrequência/Microondas um limite provisório de exposição de 1.7 milli-Watt/m2. Sendo mais restritos na aplicação do principio da precaução um abaixamento de 10 vezes seria justificável: 0.17 milli-Watt/m2.
  • Manter o telemóvel longe do corpo, e quando transportar telemóveis e PDAs junto ao corpo mantê-los desligados.
  • Restringir a utilização de telemóveis, telefones sem fio, PDAs perto de grávidas e crianças. Estes grupos não devem nunca usar estes aparelhos.
  • O acesso a locais públicos e transportes públicos deve fazer-se sem risco indevido de exposição, especialmente em locais fechados (como aviões, comboios, autocarros e carros).
  • Não usar WiFi em escolas.
  • Não usar tecnologias sem fio (telefones sem fio, brinquedos e monitores de bebés, Internet sem fios, sistemas de segurança sem fios, contadores inteligentes sem fios).
  • Manutenção das redes telefónicas e cabines públicas.
  • Dar preferência a telecomunicações usando o fio ou fibra óptica (telefone, Internet).
  • Evitar auscultadores sem fios (tipo Bluetooth) e dar preferência aos auscultadores de tubo oco.
  • O painel desencoraja o uso de tecnologia que permite que um telemóvel actue como repetidor para outros telemóveis na área vizinha, evitando a exposição do seu utilizador a radiação desnecessária sem o seu conhecimento e consentimento.
  • As Redes Eléctricas Inteligentes devem também privilegiar a comunicação por fio de telefone ou fibra óptica.